Já dizia Vinícius que todo poeta só é grande se for triste. Minha pretensão não é ser poeta, tampouco triste, mas como bom artista, pelo menos de sangue, uma dose generosa de melancolia aquece o coração, ativa a circulação e renova as esperanças, afinal, para deixar de ser alegre, basta um pouquinho de tristeza, e a tristeza pode vir disfarçada de um bolero, uma cantiga, uma lembrança, um poema, um cheiro, um sabor, um som. São todas expressões artísticas com gostinho de saudade.
Eu tenho saudade do minuto passado.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Alguém consegue me escutar?
Quem sabe dizer o que pode acontecer amanhã? Quem sabe apontar um caminho que seja seguro? Quem sabe dizer que esta escolha é melhor do que aquela? Perdoar, quem sabe? E compreender algumas atitudes, alguém arrisca? Quem sabe o que está dentro de nós, de verdade? Quem apostaria no que acontece depois de amanhã? Alguém sabe me dizer o porquê dessa mudança?
Ninguém pode responder pelas suas atitudes, por seus gestos, pelas suas escolhas. Perdoem-me os religiosos, mas não é o "Salvador". Perdoem-me os matemáticos, mas não é a estatística. Os palpiteiros de plantão, mas não é a fofoca. Os bêbados solitários mas sociáveis, no seu antagonismo peculiar, nem sonham.
Quem luta, quem está ao seu lado, quem enfrenta as dificuldades, quem escuta o seu coração, o vosso, o nosso, esse sim pode arriscar. Quem está longe, mas conectado de alguma forma, quem está perto demais e não percebe, quem te acompanha, à distância, quem te viu crescer, vencer, perder, chorar, gargalhar, inventar, de apelidos a músicas, de histórias a estórias. Esse sim pode dizer, quem sabe até afirmar.
Quem sabe quem é, sabe quem é. Quem sabe ler os caminhos tortuosos, diria eu -cíclicos, compreende essa arrogância.
E por falar em arrogância, quem é arrogante o suficiente para não enxergar arrogância nestas palavras?
Alguém escuta tudo isso? Alguém sente tudo isso?
Mas quem sabe tudo isso?
Ninguém pode responder pelas suas atitudes, por seus gestos, pelas suas escolhas. Perdoem-me os religiosos, mas não é o "Salvador". Perdoem-me os matemáticos, mas não é a estatística. Os palpiteiros de plantão, mas não é a fofoca. Os bêbados solitários mas sociáveis, no seu antagonismo peculiar, nem sonham.
Quem luta, quem está ao seu lado, quem enfrenta as dificuldades, quem escuta o seu coração, o vosso, o nosso, esse sim pode arriscar. Quem está longe, mas conectado de alguma forma, quem está perto demais e não percebe, quem te acompanha, à distância, quem te viu crescer, vencer, perder, chorar, gargalhar, inventar, de apelidos a músicas, de histórias a estórias. Esse sim pode dizer, quem sabe até afirmar.
Quem sabe quem é, sabe quem é. Quem sabe ler os caminhos tortuosos, diria eu -cíclicos, compreende essa arrogância.
E por falar em arrogância, quem é arrogante o suficiente para não enxergar arrogância nestas palavras?
Alguém escuta tudo isso? Alguém sente tudo isso?
Mas quem sabe tudo isso?
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